BOSSA NOVA: um tributo a todos os amores não vividos – parte V
Equações: mente ou coração?
Kathléen Carneiro
Bip! Bip! Bip!
Deitado no chão olhando para o teto, Luiz levanta a mão tocando
a cama até achar o celular. Alcançando o objeto depois de levantar um pouco,
olha a notificação da mensagem recebida. Desbloqueando o celular, lê a mensagem
de Pietro:
- Tá vivo, irmão?
- Claro que tô, mano. Quando eu morrer você vai saber.
- Nem brinca. Como foi o encontro ontem com a Liza? Saudades
dela.
- Foi bom. Deu pra espairecer um pouco a cabeça. A irmã dela
foi.
- Irmã? Qual o nome dela? Eu conheço?
- Chama Cristina. Ela estuda na mesma faculdade que eu, ai a
gente tem trocado umas experiências por mensagem.
- Hum, sei. Ela é bonita?
- Isso não tem nada a ver, mas respondendo sua pergunta, ela
é linda. Você lembra aquela vez que te falei de uma menina que encontrei no
corredor da faculdade que ficou me encarando como se me conhecesse? Que me
lembrava de alguém?
- Não lembro, mas o que tem a ver?
- É ela, cara. A primeira vez que vi ela foi nessa vez na
faculdade.
- Que mundo pequeno. Mas você ficou mexido quando conheceu
ela ontem, né?
- Claro que não, não sei. Ela é bem legal, de verdade. Acho
que o papo bateu, mas nada de mais.
- Do jeito que você está falando, Estela que não abre o olho
não pra ela ver.
- Para com o isso cara. Eu amo minha namorada. A mina só tem
uma energia massa, dá uma vontade de ficar perto. Só isso.
- Uhum, vou fingir que acredito ursinho carinhoso.
- Lá vem você com esse apelido de novo. Tchau!
- Não some não.
Luiz jogou o celular na cama e, deitando no chão, colocou as
mãos debaixo da cabeça olhando para a lâmpada apagada no teto. Talvez o que
sentiu na noite anterior não fosse nada, mas fazia tempos que não se sentia tão
bem ao lado de alguém.
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