O mundo é feito de pessoas


  Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que  muda de opinião sem a menor culpa.
Martha Medeiros




Nos últimos tempos, tenho pensado muito em formas de superar desafios que, no momento, parecem complicados e desafiadores. Uma coisa que tem feito total sentido pra mim nesse momento é o simples fato de que o mundo é feito de pessoas. Quando você começa a pensar assim, a dificuldade de entender um problema ou uma situação é diluída - sim, ela se desfaz ainda que devagar. Além disso, esse pensamento facilita na hora de tomar uma decisão.
Quando paro pra pensar que no mundo as coisas são feitas e formadas por pessoas, lembro de duas coisas: a) quem cria e inventa as coisas que utilizamos são pessoas como a gente; b) as coisas são monitoradas e formadas por seres humanos.
O primeiro ponto se trata de quem cria e produz as coisas que chamo de meu, tais como tecnologia, habitações, até mesmo a própria arte. Nós atribuímos a esses elementos uma autoria à alguém que, porventura, é uma pessoa. Isso me faz refletir que as coisas que nos cercam e que levam (ou não) o nome de alguém são objetos e invenções nas quais poderia ter sido realizada por mim mesma, e isso é inspiração. Ou seja, não criamos o que já existe, porque já existe, mas somos completamente capazes de reinventar, transformar e criar algo novo.
O outro ponto está estritamente ligado ao elemento humano intrínseco a nós. Quando compreendi que um produto ou serviço é resultante de um trabalho humano, identifiquei falhas e defeitos. Essa identificação produz algo que é fundamental para a manutenção de nossa humanidade: a empatia. Entender que aquilo que nos cerca é feito por seres humanos, nos deparamos com acertos, mas ainda sim encontramos erros, defeitos e problemas que são coisas que fazem parte do fazer humano. Ou seja, a perfeição é apenas o estabelecimento de uma meta inatingível - um ideal - com fim em si mesmo, vez que serve de impulso para a constante motivação e evolução do ser humano.
Quando paro de criticar o outro por fazer errado (pense em alguém imperfeito), de xingar um profissional por cumprir sua função (pense no telemarketing), de reclamar das minhas limitações (pense no seu problema atual) ou de culpar os outros pelos meus problemas (pense em você), lembro. Lembro que erramos e acertamos, lembro que somos completamente imperfeitos, lembro que o outro é meu igual e, o mais fundamental, lembro que a diferença entre o outro e eu é a forma com que lidamos com nossas diferenças e abraçamos a nossa semelhança.
No fim, a diferença entre eu e você é que eu sempre me esqueço de cuidar do outro. Sempre me questiono das minhas capacidades, sempre me preocupo quando eu deveria confiar, sempre me esqueço do que eu deveria lembrar. Eu sempre me esqueço de me lembrar de você. E no meio disso tudo, minha maior questão é até que ponto o EU se sobressai sobre o NÓS.
#KC<3

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